sábado, agosto 15

Verdade + Omissão = Dor


(...) Seus lábios repetiam a mesma coisa. "Eu te amo", dizia, "Eu te amo mais do que deveria". Sentia uma dor profunda por estar dizendo isto em voz alta. Estava desafiando sua timidez pela primeira vez, e a sensação não era de alívio. Era de rompimento. Como se estivesse terminando com ela, sem volta. Seus olhos procuravam o castanho claro que tanto adorava. Não estava ali. A única coisa ali eram seus lábios, que expressavam algo impossível de se compreender. Mas, por algum motivo, ela conseguia enxergar uma vontade oculta de beijá-la, demonstrar algum tipo de sentimento reprimido.
- Você está falando sério? - a doce voz do garoto invadia o espaço, fazendo-na sentir um leve arrepio. Adorava ouvi-lo. Era como um anjo, um anjo em carne e osso.
- Sim. É claro que sim. Eu sabia disso desde a primeira vez que o vi. - suspirou, quase sem ar.
Acordou com um pulo, quase despencando de sua cama. Estava se sentindo exausta, com dores e um sentimento de alívio misturado com desespero. Era tudo um sonho. Ele não era o seu Morrissey. Não passava de uma miragem. (...)

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