quinta-feira, agosto 20

Altruísmo + Sarcasmo = Falhas


(...) Queria ter a maldade suficiente para desejá-lo o mesmo. Dor. Sofrimento. Horas de sono perdido. Mas, a cada vez que lembrava-se de como seu sorriso era incrível, só conseguia imaginar a felicidade para ele. O que realmente queria era que ninguém mais sofresse como ela sofria. Ninguém merece algo assim, nem a mesma. Era completamente injusto alguém tão depressiva enquanto outra pessoa está feliz e apaixonada. O mundo sempre foi injusto, porém queria sempre mudar a tradição. Não queria fazer parte desta história. Precisava de uma solução. (...)

Amor +Amor = Dor


(...) A cada vez que os via, uma dor insuportável se espalhava por todo o seu corpo, fazendo-a desejar gritar. Era tão doloroso, e se sentia tão culpada. Provocou a sua própria dor, e agora, o único direito que ainda lhe restava era o de sentir. Em silêncio. As dúvidas ainda pairavam sobre si. Ele realmente a ama? Eu seria a garota dele se, por acaso, ele soubesse? Tudo estaria diferente? 
A música invadia seus ouvidos como água. Não era uma música sentimental. Era a mais ritmada que conseguiu achar. Queria desejar dançar, não chorar. Não achava justo chorar por um garoto. Um ser humano que não sabe o que está provocando. (...)

domingo, agosto 16

Olhares + Olhares = Medo


(...) As fotos dos dois juntos. As mãos dadas. O modo como agiam com uma alegria forçada. Tudo parecia tão injusto, tão impossível. Não conseguia entender o motivo de algo assim acontecer. Não é este o sentido da vida? Ser feliz espontaneamente?
Ela não podia se sentir feliz por ele. Não havia pelo que comemorar. Seus olhos conseguiam ver além de apenas corpos sorridentes. Conseguia identificar um amor pelos olhos, pelo mais profundo da infinidade deles. Os olhos dele não indicavam nada além de confusão. Medo. Algo acontecia com ele, algo além de um simples namoro. Queria poder ajudá-lo, dizer-lhe que estava ali para ajudá-lo o quanto pudesse, até que voltasse a sorrir daquele jeito que adorava. Um sorriso real. (...)

Festa + Livros = Insistência


(...) Seus olhos procuravam por ele. Sempre procuravam. Era seu melhor talento: identificá-lo mesmo que a 1.000 metros de distância. Suas roupas em tons néon inconfundíveis a ajudavam, mas o rosto angelical de Morrissey era seu melhor remédio. Ao vê-lo, seu rosto se enchia de uma alegria que não podia ser expressa. Doía muito ter de reprimir todo o sentimento, mas se sentia bem apenas em saber que lá estava ele.
Ele a encarava, de longe, do mesmo modo como sempre fez, tão disfarçadamente, tão apaixonadamente. Sua admiração já não era tão normal quanto antes. Ele conseguia sentir, sentir o amor consumir sua alma, fazendo-o ser um tolo. Tinha uma namorada, e ao invés de sentir isto por ela, apenas deixava-a se sentir mais desconfortável. Apenas os cegos não conseguiam ver as trocas de olhares entre Morrissey e Liana. (...)


sábado, agosto 15

Relax + Doentio = Mistério


(...) Os olhos castanho-claros, o cabelo perfeitamente alinhado e o sorriso radiante. Pequenas coisas que proporcionavam um sentimento novo e intenso nela. Estava diante do garoto mais bonito que já vira em toda a sua vida, de um modo que sua beleza parecia quase única. Desde aquele momento soube que aquele era seu destino. Mal sabia como era sua aparência, muito menos seu nome, mas sentia-se como se o conhecesse há anos.
Tropeçou em seus próprios pés, mas isto não impediu seu olhar de segui-lo. Ele continuava lá, mas ao mesmo tempo o perdia de vista. Se houvesse desistido dele naquele momento, talvez nada disto estivesse acontecendo. (...)

Verdade + Omissão = Dor


(...) Seus lábios repetiam a mesma coisa. "Eu te amo", dizia, "Eu te amo mais do que deveria". Sentia uma dor profunda por estar dizendo isto em voz alta. Estava desafiando sua timidez pela primeira vez, e a sensação não era de alívio. Era de rompimento. Como se estivesse terminando com ela, sem volta. Seus olhos procuravam o castanho claro que tanto adorava. Não estava ali. A única coisa ali eram seus lábios, que expressavam algo impossível de se compreender. Mas, por algum motivo, ela conseguia enxergar uma vontade oculta de beijá-la, demonstrar algum tipo de sentimento reprimido.
- Você está falando sério? - a doce voz do garoto invadia o espaço, fazendo-na sentir um leve arrepio. Adorava ouvi-lo. Era como um anjo, um anjo em carne e osso.
- Sim. É claro que sim. Eu sabia disso desde a primeira vez que o vi. - suspirou, quase sem ar.
Acordou com um pulo, quase despencando de sua cama. Estava se sentindo exausta, com dores e um sentimento de alívio misturado com desespero. Era tudo um sonho. Ele não era o seu Morrissey. Não passava de uma miragem. (...)

Fortaleza + Oasis = Incerteza


(...) Segurava firmemente a corrente banhada à ouro que encontrara pela manhã, sabendo com segurança à quem pertencia o objeto. Estava feliz por encontrá-la, como uma criança quando ganha um brinquedo que desejava com todas as forças. A única coisa que importava era que, enfim, tinha algo dele. Algo real, ao invés de seu nome na caligrafia dela. Sabia que a atitude não era a melhor, porém estava sendo motiva pela paixão cega, sem medo de qualquer consequência. Só queria se sentir próxima dele. Se sentir dele. Esta era a única maneira de seguir, firme e forte, tentando dezenas de vezes avisá-lo que, apesar de aparentar o contrário, a única coisa que queria era ter o direito de amá-lo. Não esperava nada em troca, mas desejava que ele soubesse. Que ele se lembrasse que, em um lugar próximo, havia alguém que estava ali quando necessitasse. (...)

Timidez + Popularidade = Clichê


(...) As folhas brancas de seu caderno já não eram mais assim. O nome dele estava rabiscado em todas as formas e tamanhos. Em códigos, em letras de música, em frases e poemas, em qualquer modo. Estava virando uma obsessão, uma insanidade incurável. A primeira palavra que vinha em sua mente era sempre a mesma: Morrissey. Seus adjetivos eram, também, os mesmos. Amor, liberdade e destino. Eram suas palavras favoritas para complementar o nome do garoto. Fazia bem imaginar que eram tudo flores e sorrisos, uma eterna brincadeira, acima de qualquer obstáculo ou sofrimento. Sua melhor fonte de felicidade era ver o nome dele escrito em sua letra redonda e pequena, apenas para ter um pedacinho dele em suas mãos. (...)

Liberta + Liberto = Sorrisos


(...) Ela não se importava com o que iriam dizer. Só queria dançar e dançar, se entregar à energia positiva que aquela música trazia. Ser o brilho mais notável entre tantas luzes néon. Ter um único momento naquele ano que trouxesse um sorriso ao se recordar. Uma vez, apenas uma vez, ser quem realmente é. Que se danasse Morrissey e seus olhar surpreso, ou seu sorriso completamente diferente do normal.
Queria que tudo isso pudesse ser posto em prática. Queria não ser tão cheia de vergonha. Nunca fizera nada que fosse realmente um motivo para se envergonhar, nada além de amá-lo. Seu subconsciente insistia que era errado, e isso a fazia sentir vergonha de ser livre na presença dele. A maldita presença que adorava. Se sentia aquecida por saber que ele estava ali, em algum lugar. Talvez observando-a discretamente, ou desperdiçando tempo em conversas irrelevantes. Mas, ao menos, estava lá. Era o que importava. Era o suficiente para prendê-la em sua bolha de auto-preservação. (...)

Metal + Indie = Confusão


(...) Um sorriso estampava o rosto da garota. O motivo, como sempre, era tolo, mas o sentimento era tão radiante quanto a luz do sol em uma manhã de verão. Seus olhos emitiam um brilho ainda mais intenso. Era notável que sua mente processava um turbilhão de cenas, em todas elas o rosto angelical de Morrissey aparecia.
- Ele descobriu. Ele sabe que você sente algo. - a voz de sua confidente ainda se repetia gentilmente, lembrando-a de que, ao final, o garoto apenas sabia seu nome. Nada mais. A angústia era a mesma. O drama, acima de tudo, continuava ali. A timidez e o orgulho de admitir seus sentimentos crescia a cada dia, distanciando-a cada vez mais da felicidade. Estava se tornando um problema psicológico ainda maior do que uma simples paixão não correspondida. Seu corpo e sua mente imploravam para guardar segredo, mas seu coração sempre a contradizia. Era necessário dizer a ele antes que fosse tarde. Sua voz sempre fora incapaz de dizer as três palavras. Tudo a levava para o ponto de partida. E se, ao contar a verdade, ele responder com um simples e doloroso "eu não quero nada de você"? (...)

Verde + Lilás = Drama


Eles eram completamente diferentes. Cada detalhe sobre a personalidade de um era exatamente o contrário ao outro. Seus caminhos eram diferentes, impossíveis de se cruzarem, era óbvio. Eles jamais saberiam da existência um do outro, assim como também não encontrariam o amor. O amor estava longe de atingi-los, mas assim que pegasse um deles, o sofrimento iria começar, e estava destinado a não ter um fim. Bastava analisar os fatos: suas metades não se encaixavam. Nada encaixava. Seria uma perda de tempo, mas ao mesmo tempo uma história de amor inimaginável.
Morrissey Hensey e Liana Delaney estavam no mesmo colégio de ensino fundamental. Ela, no último ano. Ele, um ano antes. A sua paixão era o esporte, enquanto a dela não passava de livros e pedaços de papéis à espera de frases bonitas. Suas músicas eram quase ensurdecedoras enquanto a garota tinha uma queda pelo clássico. Morrissey tinha o sonho de viver livremente, assim como Liana, mas seria isto o suficiente? Apenas uma única coisa numa imensidão de divergências sustentaria uma paixão? (...)

Néon + Fosco = Problemas


(...) Ele olhou em seus olhos, ainda processando a informação. A garota que o fez perder noites de sono, a confiança em si mesmo e a vontade de viver sentia-se da mesma forma. Cada momento em que esteve pensando nela era recíproco. E, agora, ela estava à ponto de escapar dele. Estava desistindo após muito tempo tentando mostrá-lo que o que sentia era verdadeiro. Ele só precisava juntar as peças e formar a frase.
Desviou o olhar, deixando-o com a culpa e o arrependimento por ter machucado não apenas a sua garota, mas aquela que acreditou ser amada por ele.
- Por quê... - as palavras não saíam, mesmo que tentasse. Então, apenas uma questão pendia no ar. O que fazer agora?
Liana Delaney de um lado e Yordana Keller de outro. Havia apenas um caminho a tomar, porém o que parecia fácil aos olhos externos, era um verdadeiro caos para Morrissey Hensley. Era como escolher entre morrer enforcado ou esfaqueado. Não queria machucar ninguém, mas de qualquer modo, sem uma escolha quem acabaria machucado seria ele mesmo. Estava preso à isto de corpo e alma, e agora, a única coisa que poderia fazer era discutir com seu subconsciente. (...)